sábado, 30 de janeiro de 2010

Médico de 71 anos se aventura no salto de número 3.629






Eu era da equipe de elite do exército brasileiro. Quando eu tinha um topete parecido com o Elvis Presley, fui garoto propaganda e fazia publicidade de um relógio, conta Luiz Schirmer.
"Eu tive a sorte de sagrar-me o primeiro campeão brasileiro de paraquedismo",conta ele.
Ele relembra:"E o outro lado da minha vida, eu me formei médico".
O tempo passa mesmo voando e meio século depois aí está o doutor Luiz Schirmer. Ele não deixou que o tempo levasse uma das suas maiores paixões: é hoje um dos mais idosos paraquedistas em atividade no Brasil.
O Globo Repórte acompanhou o doutor Luiz Schirmer no salto número 3.629. O homem que ainda tem coragem para voar aos 71 anos de idade procurou o exército adolecente, porque queria ser paraquedista voluntário.
"Euprecisava comer, dormir e me vestir.Eu era muito pobre, o meu grande sonho era ter uma bicicleta e eu achava que era um sonho impossível",explica Schirmer.
Impossível para ele hoje é parar. Ao longo da vida, seguiu alguns conselhos e encontrou o caminho para chegar tão longe.Ele diz que ouviu: "Schirmer, você é inteligente, mas não tem cultura.Estude que você pode conseguir".
"Eu tomei uma pilha com aquilo, acreditei, estudei, a minha namorada me ajudou, passei no vestubular e fiz o curso de medicina",conta Schirmer.
E a namorada dele está com ele até hoje, a da época do vestubular.
"É uma emoção maravilhosa.Cheguei aonde eu prometi: aos 71 anos, me recusando a aposentadoria!", comemora o médico.
Vamos dar uma paradinha para pensar no que costuma ser o roteiro de nossas vidas ? Para onde caminhamos ?
A gente trabalha, casa, tem filhos, se aposenta. Aí passa a maior parte do tempo de pernas para o ar. Mas que disse que tem que ser assim ?
O doutor Luiz Schirme contrariou esta lógica. Poderia ter cruzado os braços aos 53 anos, como funcionário aposentado no Rio de Janeiro, mas não fez nada disso. Ele se mudou para Florianópolis e fez qustão de ficar na ativa.
"O bom humor é um segredo, mas é também uma ciência, a gente tem que viver aprendendo",completa o médico.
No verão médico muda de endereço. Vai morar na praia de Canasvieiras, onde abriu uma clínica há mais de duas décadas. Ele atende principalmente turistas argentinos.Começa cedo, trabalha até a meia noite e de madrugada ainda levanta para qualquer emergência.
A esposa, a aposentada Eliana Schirmer, diz que pede para ele colocar o pé no freio de vez em quando, mas ele não obedece.
"Acompanhar esta rotina, a gente tenta acompanhar. Nem sempre dá, mas a gente tenta acompanhar", diz a esposa.
"Ela não salta de paraquedas comigo!", brinca Schirme.
"Porque tem que ter alguém com juízo, né?", retruca Eliana.
Com uma agenda tão cheia, é preciso manter a forma.Apesar da correria, doutor Schirme ainda encontra tempo para se exercitar, mas o fôlego paratrabalhar tanto vem mesmo da paixão pelo que ele faz.
"Eu acho que as coisas que eu posso fazer de beneficio, todas elas retornam para mim, para a minha familia, para os meus amigos.Eu vivo feliz, eu vivo com intensidade",explica o médico.
O paciente que voltou para uma nova consulta ficou impressionado.Schirmer lembra o nome de todos os pacientes, diz que não os trata como um número.
"Eu exerço a medicina como uma profissão humana.Se eu atendo uma criança, eu sinto que aquela criança é meu netinho.Se é uma pessoa de meia idade, eu imagino que é meu filho.Se é uma pessoa da minha idade eu imagino que é meu irmão. Eu eu sinto que a pessoa sente esta empatia",diz Schirmer.
O prazer de viver e trabalhar mantém o médico em paz com o tempo:"Da velhice, eu não posso te falar, porque eu não me sinto velho.Eu vivo hoje intensamente e aproveito cada dia, procuro fazer o máximo que eu posso a cada dia.Ninguem deveria deixar o tempo passar. O tempo é preciso.
Muito preciso," ensina o doutor Luiz Schirmer.
Texto: htt://g1.globo.com
"PARABÉNS VÔ SCHIRMER" Dudu









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